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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Declarações de Chico César sobre ‘forró de plástico’ repercutem negativamente na AL

As recentes declarações do secretário estadual de Cultura, o cantor Chico César, de que o Governo não iria patrocinar o chamado “forró de plástico”, repercutiram negativamente na Assembleia Legislativa da Paraíba.

Para o deputado Tião Gomes (PSL), que inclusive faz parte da base governista, não se pode impedir que aconteça certos tipos de shows nos festejos juninos e nem obrigar a população a ouvir determinados estilos.

Tião entende que Chico deve ter uma posição particular e não expressar que o Governo esteja contra o chamado “forró de plástico”, as conhecidas bandas que utilizam guitarras, baterias e coreografias com mulheres e homens seminus.

Para o deputado Raniery Paulino (PMDB) a declaração do Secretário foi infeliz. “O Governo não pode determinar os artistas que o povo deve ou não ouvir.Foi um desrespeito aos artistas que fazem os citados tipos de música. O poder público não pode classificar o que é bom para o povo, ou escolher o que ele tem que ouvir”, disse.

“Forró de plástico e música sertaneja também são manifestações culturais. Cultura é aquilo que é feito pelo homem”, destacou o deputado.

Abaixo segue na íntegra a nota do secretário:

“Tem sido destorcida a minha declaração, como secretário de Cultura, de que o Estado não vai contratar nem pagar grupos musicais e artistas cujos estilos nada têm a ver com a herança da tradição musical nordestina, cujo ápice se dá no período junino. Não vai mesmo. Mas nunca nos passou pela cabeça proibir ou sugerir a proibição de quaisquer tendências. Quem quiser tê-los que os pague, apenas isso. O Estado encontra-se falto de recursos e já terá inegáveis dificuldades para pactuar inclusive com aqueles municípios que buscarem o resgate desta tradição.

São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava "Zezé cadê você? Eu vim aqui só pra te ver".

Intolerância é excluir da programação do rádio paraibano (concessão pública) durante o ano inteiro, artistas como Parrá, Baixinho do Pandeiro, Cátia de França, Zabé da Loca, Escurinho, Beto Brito, Dejinha de Monteiro, Livardo Alves, Pinto do Acordeon, Mestre Fuba, Vital Farias, Biliu de Campina, Fuba de Taperoá, Sandra Belê e excluí-los de novo na hora em que se deve celebrar a música regional e a cultura popular”.

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